18 de janeiro de 2009

I'm a little bit.



Amor, então,
também acaba?
Não, que eu saiba.
O que eu sei
é que se transforma
numa matéria-prima
que a vida se encarrega
de transformar em raiva.
Ou em rima.

Paulo Leminski.

se é assim, a partir de hoje, eu vou viver de poesia.
e nicotina. e álcool. e alegria. e de tristezas, também.
mas de nenhuma que envolva você, isso eu garanto.

I don't love you anymore, goodbye.

9 de janeiro de 2009

observação.

e a menina-psicóloga-que-sempre-disse-que-ia-ao-méxico-em-2009-mesmo-devendo-até-o-modess-usado acabou se distraindo entre o não-amor de um cara valente e as não-certezas do caminho e não vendo o tempo passar até 2009. mas, num dia de marasmo, se depara com a seguinte notícia na internet:
Entre os dias 9 e 11 de setembro de 2009, será realizado o "III Congresso latino-americano de Psicologia ULAPSI - Por uma psicologia latino-americana com compromisso social para o mundo", na Universidade Autônoma Metropolitana, na Cidade do México.
e aí ela pensa: MANO, 2009 já chegou. e eu tinha sim, planos, antes dele. eu tinha sim, sonhos. e aí ela se decide finalmente. do que eu preciso é lembrar, me ver, antes de te ter e de ser teu, muito bem...
não, 2009 não vai ser uma mera repetição de 2008, ok?
valeu pelo toque, cara aí de cima. (y)

sem saber pra onde ir, sem saber onde ficar.


eu encontrei um lugar pra me encontrar;
careta na mão, vestido a rodar, na mente a canção, na duna o luar;
um violão, alguém pra dançar, da estrada de chão a saudade vai ficar.
em julho eu volto. fato.

5 de janeiro de 2009

I'm just exactly where I want to be.



e todo mundo se movimentou. e lá fui eu, andando no escuro, meio perdida, sem saber onde estava pisando. aquela estrada estranha, suja, cheia de buracos. e se eu cair em algum? volta e meia, acontecia no céu algum momento de iluminação. e aí eu podia te ver. e isso me tirava o medo de escuro, o nojo da sujeira, o medo de cair nos buracos. afinal, o que é a vida além disso? o que mais eu fiz em 2008 além de te seguir por estradas estranhas e esburacadas? quantas vezes eu me deixei cair por você, e levantei depois, pronta pra outra? é chato cair, você se machuca e tal, e às vezes, tem vontade de parar de caminhar. você ficar triste, chora, fica nervosa, bate um desespero. afinal você tá lá, já no meio do caminho e por mais que queira, não consegue mais parar. voltar atrás, não dá. você vai ficar ali, estagnada, pra sempre? então você se dá conta que, se cair é inevitável, é melhor parar de se preocupar com os buracos no caminho. caiu? levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima. a vida é isso aí, mermão. vambora. besides, eu sei que tenho amigos do meu lado. amigos que seguram meu braço nessa caminhada, me alertando sobre os buracos e me impedindo de cair ou de me perder no meio daquela multidão. amigos que fazem questão de me dizer "ei, eu tô aqui ó". amigos que não se importam de rolar no chão comigo, ou de se sujar, e que me ajudam a levantar depois que eu - por tolice, cegueira momentânea, bebedeira, esperança ou teimosia - caí. [ainda que por vezes me afrontem com um 'mas eu não te avisei?' meio reprovador no final das contas.]. me orgulho das marcas e ralados que me fazem lembrar que é assim mesmo, que a gente é frágil e se machuca, mas não quebra.

e assim eu tenho coragem de dar um passo, e mais outro, e mais outro. e você lá na frente, olhando sempre em frente, decidido, sem nem olhar pra trás.

chegamos, enfim. olha o céu. olha que lugar lindo. olha quem tá do seu lado. você era a última pessoa do mundo que eu esperava passar o reveillon junto. talvez você pensasse isso também. mas aconteceu. e de um jeito meio estranho e torto, eu acho que tudo está exatamente como deveria estar.

e de repente, do nada, o ano acabou? um minuto e pronto, passou. promessas, risos, abraços, pedidos de desculpa. então, é isso? de repente, de um minuto pro outro, tudo tem que ficar pra trás? tudo que todo mundo sentiu, de bom ou ruim, em 2008 desapareceu como um passe de mágica? não; o que eu senti, não. o que eu senti é muito forte pra ser apagado por um estourar de fogos. ou pra ser conjugado no passado. é o que eu ainda sinto. e aí eu não fiz promessas mirabolantes, não tomei decisões definitivas, nem pedidos de ano novo. afinal, tudo o que eu queria já tava bem ali.
e agora eu não sei se eu torço pra ser mentira ou verdade aquela crença popular de que o jeito que você passa a virada do ano é o jeito que você vai passar o ano inteiro. porque se for, meu 2009 vai ser uma puta repetição de 2008.

eu, você e esse nosso filme que não cansa de se reprisar. mais que a lagoa azul na sessão da tarde. -)