11 de maio de 2008

(in) direta

- é que as menininhas daqui são muito fracas.
- eu não sou daqui e coisa e tal.
- você não é uma menininha.

acho que, no fundo, no fundo, eu sou sim. sou eu a adolescentezinha da história toda aí.

e quando chega essa hora da noite eu me desencanto. Viro outra vez aquilo que sou todo dia, fechada sozinha perdida no meu quarto, longe da roda e de tudo: uma criança assustada.

porque essa é a única explicação que eu consigo ver pra me deixar ficar tão vulnerável, tão disponível, tão medrosa, tão nervosa e, principalmente, tão encantadinha depois de ouvir algumas frases bem formuladas, sussuradas ao ouvido, por um rapazinho esperto, madrugada adentro.

e mano, eu odeio criar expectativas. quem não espera nada não se decepciona nunca, não é mesmo o que "eles" dizem?
pq, nós, mulheres, não importa o quantoa gente bote a banca de mulher moderna, indepente, cabeça aberta e liberal, nunca, e eu digo com propriedade, NUNCA conseguimos nos acostumar com essa coisa de one-night-standing, meldels? a gente sempre espera mais. espera sim. a gente tenta se convencer que não. mas a gente espera. se a gente não esperasse, não haveria essa angústia. não haveria essa saudade cortante do porvir, do que não aconteceu, da continuação, de como poderia ter sido.
maldito carma esse tal de romantismo, que a gente é obrigada a carregar.

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