8 de dezembro de 2008

sobre o tempo.


eu sei e voce sabe.
que ainda vai ser estranho, por uns tempos. que ainda vai doer. que quando eu te encontrar na rua, eu ainda vou ficar com cara de pateta sem saber se te cumprimento ou se te ignoro, por uns tempos. eu não quero te ignorar. sei lá porquê, não tenho mágoa nem raiva de você. eu sempre te disse isso lembra? que nada que você fizesse nunca ia me fazer ficar com raiva de você? aparentemente foi a única coisa que você levou a sério nessa história toda. eu não quero te ignorar. mas eu tenho medo de sorrir pra você e você sorrir pra mim daquele jeito que só você sorri e eu ver o chão desaparecer sob os meus pés de novo, e eu me deixar cair, cair, até me esborrachar de cara no chão de novo. é por isso que eu te evito, fikdik. se você sentir vontade de falar comigo algum dia, pode falar. eu nunca serei mal-educada com você. só to mantendo uma distância segura.
e quando, numa rodinha de amigos, alguém tocar no seu nome e contar alguma história engraçada/escrota/bizarra sobre você, eu vou continuar escutando tudo com aquele sentimento estranho que eu nunca sei explicar, por uns tempos. é meio nostalgia, meio tristeza, meio saudade, meio constrangimento, meio vontade.
e quando alguma amiga vier me contar dos seus casinhos e romances, e contar como é lindo e bom estar apaixonada, é o seu rosto que vai aparecer na minha cabeça, por uns tempos, e é com você que eu ainda vou me imaginar vivendo aquilo tudo que ela me conta com tanta empolgação. e ainda vou sentir um pouquinho de raiva e uma pitadinha de inveja dela e de voce, que estão vivendo isso que eu tanto queria.
e quando eu resolver espairecer, dando uma caminhada pela cidade, quem sabe; eu sei que ainda vou ver seu vulto nos lugares que a gente caminhou junto, por uns tempos.
e quando eu chegar em casa, depois de mais uma noitada, me divertindo horrores a noite toda, na hora de entrar no quarto e dormir sozinha e enfrentar todo aquele silencio e aquela frieza da madrugada, ainda é abraçada ao que você deixou pra trás lá em casa que eu vou conseguir dormir, por uns tempos.

mas como eu já disse, é só por uns tempos. alguma hora vai passar. já ta passando, sabe? é estranho que mesmo eu sabendo de tudo isso que eu escrevi aqui, e tendo presenciado tudo o que eu presenciei, eu não consegui chorar. não derramei uma lágrima por você, nem sei se eu posso dizer que, realmente, sofri. eu não fiz nada. não reagi. e isso é bom, mas me assusta um pouco. parece que eu simplesmente não sinto mais nada.

por isso, venho por meio desta te pedir um grande favor. devolve esse coração que ta aí com você?
ele é meu, só meu, e você, aparentemente não soube cuidar muito bem dele. eu sei, corações são coisinhas complicadas e frágeis de se cuidar e você, nunca foi lá um exemplo de responsabilidade. eu sempre soube disso, e mesmo assim, fui idiota a ponto de entregar o meu pra você cuidar.
mea culpa, eu assumo. então, por favor, só dá cá ele de volta pra mim, que eu vou cuidar dele,sozinha. all by myself. e vou consertar o estrago que você fez, pra que ele possa voltar a bater. e pra que eu possa, de novo, me sentir VIVA.
tempo, tempo, mano velho, falta um tanto ainda eu sei, pra você correr macio...

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